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1, 2, 3... TESTANDO O MOTORHOME

Atualizado: 21 de jun. de 2021

Imagine agora você colocando todos os equipamentos, móveis, roupas e afins em uma nova casa que, desta vez, está totalmente embarcada dentro de um carro.


Já mudamos diversas vezes entre "casas fixas" pelo Brasil (6 vezes nos últimos 8 anos para ser mais exato), porém, de longe, a mudança de 2020 foi a mais complicada de todas e a que mais demandou PLANEJAMENTO.


Tínhamos que ter confiança no conjunto (carro-casa) como um todo, segurança de que os itens que estavam embarcando eram realmente imprescindíveis e tranquilidade sobre as adaptações que abrigariam nossa nova vida na estrada


Neste tipo de situação, nada melhor do que testar antes, certo?


E foi exatamente o que buscamos fazer durante os meses que antecederam nossa verdadeira empreitada pelos roteiros no Brasil.


Fizemos um total de três "viagens teste" de duração de 7-15 dias cada. Estivemos na região da Cuesta paulista (Botucatu, Pardinho e Bofete), Serra do mar paulista (Cunha, São Luiz do Paraitinga e Ubatuba) e Serras cariocas (Visconde de Mauá, Nova Friburgo e Teresópolis)



Mas o que exatamente precisávamos testar?



  • CARRO:

Havíamos recém comprado o Land Rover 110 em Dezembro 2019 e, um mês depois, já estávamos dirigindo mais de 1000 quilômetros para realizar as adaptações internas que o transformariam em uma pequena casa.


Ahhhh claro, também teve o período em que o carro ficou na oficina mecânica de Sorocaba entre natal e ano novo quando nossa alegria era ir vê-lo e encher a paciência do mecânico com milhões de perguntas sobre a máquina.


Ou seja, não tínhamos tido um momento a sós com ele ainda.


Queríamos saber como se comportaria carregando quase 1000 kg a mais (móveis, caixotes, roupas, equipamentos etc) em subidas íngremes, terrenos tortuosos, estradas de asfalto, terra, paralelepípedo, enfim, os mais diversos possíveis.


Testar o carro em diferentes terrenos e condições de clima nos pareceu fundamental antes mesmo de seguirmos para nosso primeiro "roteiro oficial" em Minas Gerais. Ainda mais com o "extra peso" que as adaptações em motorhome trouxeram

Estávamos ansiosos também para colocar em práticas as variações que o segundo câmbio do carro nos permitiria na posição "LOW" (fundamental para trilhas que fizemos posteriormente na Serra da Canastra e Serra catarinense) ou no modo BLOQUEADO onde os diferenciais ficam conectados para maior desempenho em situações de falta de tração (vias esburacadas, com valas, pedras soltas, barro como encontramos no Jalapão, Chapada das Mesas e pelo curso do Rio São Francisco).

Naquele momento não sabíamos nem ao menos quantos quilômetros ele faria em média com 1 litro de diesel (nossa média atual é de 9 km/L) e consequentemente quais trechos teríamos que ter maior ou menor preocupação com os abastecimentos (Maranhão foi, até então, o estado em que tivemos maior atenção com este tema).


Até o momento não utilizamos nosso galão extra de 20L, mas quem sabe o que nos espera nos próximos roteiros pelas Américas?


  • ADAPTAÇÕES INTERNAS:

Precisávamos ter confiança no sistema de bombas, por exemplo, que garante que a água dos reservatórios tenha força suficiente para chegar até a pia e ducha ou que as placas solares no teto do carro, de fato, estariam carregando a bateria estacionária que, por sua vez, mantém toda a casa funcionando em termos energéticos.


Não só as engrenagens do carro deveriam estar trabalhando nos conformes, mas também todo o conjunto da cabine para trás.


Um dos testes mais importantes para nós era verificar a autonomia da casa em lugares remotos (sem energia ou longe de cursos d'água) com uso normal dos equipamentos

Outro ponto de atenção eram os móveis que não poderiam fazer barulho logo nos primeiros dias de uso por estarem mal encaixados por exemplo e, claro, a geladeira teria que realmente manter refrigerado todos os alimentos de uma compra semanal mesmo em regiões quentes ou com altitude elevada.


  • UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS:

Estabelecemos durante essa fase de testes uma regra muito clara em relação aos utensílios que seriam selecionados:


Se não fossem utilizados, ou nem ao menos lembrados, durante duas semanas de viagem provavelmente estavam em sério risco de não embarcarem conosco

Neste "período de decisão" é natural uma reflexão mais profunda sobre o que realmente é necessário em nosso dia-a-dia.


A quantidade de roupas, talheres, equipamentos eletrônicos, papéis, decorações e recordações que ficam para trás é simplesmente gigantesca e sem justificativa quando se analisa friamente. Ou seja, todos podem fazer este exercício mesmo que não estejam mudando de casa ou de estilo de vida.


Ficávamos sempre simulando situações adversas em nossas cabeças durante as primeiras viagens (mesmo que não estivessem sendo vividas naquele momento):


E se a cidade só tiver tomadas 110V? Como esquentaremos a água para o café?
O que faremos se o único ponto de energia do camping estiver longe do gramado com sombra?
E quando esse vento estiver bem mais forte e a chama do fogão não conseguir se manter?

Foram tantas perguntas (e muitas delas sem resposta imediata) que parecia até um "QUIZ pré-viagem".


Claro que paralelamente perguntamos muito para outros viajantes nos campings, lemos revistas especializadas, blogs de viagens de carro e conversamos com os amigos de longa data que encontramos durante estes primeiros testes do motorhome.

  • NÓS MESMOS:

Talvez o maior teste de fato seja a nossa própria adaptação a um novo estilo de vida, uma nova fase, um novo projeto, uma nova empreitada como essa.



Envolve necessariamente viver com menos coisas (mas se elas se mostrarem pouco úteis para você, tudo bem!), longe de muitos que você convive diariamente e ama (oportunidade de expandir novas relações, sem perder as antigas) e em constante movimento (viver na inércia e no lugar comum pode ser um problema para alguns)

Coloquei desta forma, sempre expondo o contraponto, já que este tipo de reflexão é normal e comum durante vários momentos de nossa adaptação.


Todos estes testes que comentei acima são realizados diariamente dentro de uma longa viagem a bordo de um motorhome, porém acreditamos muito que uma empreitada até o Ushuaia, Alasca ou uma volta completa pelo globo começa primeiro por uma ida à praia ou interior de seu próprio estado com olhos, ouvidos e coração atentos para tudo que envolve viver na estrada.




COMENTE, PERGUNTE, DÊ SUA SUGESTÃO!!!


SINTA-SE À VONTADE AQUI NO "BLOG TO BE WILD"

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