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DESTINO: RIO SÃO FRANCISCO (PARTE II)

Atualizado: 21 de jun. de 2021

Completar esta travessia ao lado do maior rio 100% brasileiro tornou-se nossa primeira grande conquista dentro dos roteiros que havíamos desenhado anos atrás.


Por isso mesmo, merece um capítulo duplo por aqui !!!


Assim que deixamos o estado de Minas Gerais e adentramos na região Nordeste fomos literalmente abençoados em Bom Jesus da Lapa/BA na gruta que também leva nome de santuário e é repleta de grandes saguões abertos nas rochas com oferendas, santos e altares para celebrações.


O caminho estava aberto para seguirmos adiante já em solo baiano


Propriamente protegidos, nos sentimos totalmente confortáveis para dormir em um camping selvagem (sem energia, banheiros e restaurantes) naquele mesmo dia.


Estacionamos em uma área rural da cidade de Ibotirama/BA com acesso somente por estrada de chão batido onde ficamos protegidos pela vegetação que acompanhava o barranco do rio.


Mantínhamos a estratégia de pegar estrada aos finais de semana e visitar as atrações turísticas (principalmente as mais procuradas) de segunda à sexta

Como era simplesmente impossível "passar reto" por lugares tão incríveis fora do leito do Velho Chico, desviamos duas vezes de rota neste período.

Estivemos em Mucugê/BA na Chapada Diamantina e em São Raimundo Nonato/PI na Serra da Capivara.



Mas o São Francisco ainda reservava para nós outras facetas como seu lado misterioso e folclórico. Isso ficou evidente em nossa passagem pela Ilha do Miradouro em Xique-Xique/BA quando pernoitamos na frente da Igreja de Santana.


Assim que chegamos, os moradores fizeram questão de contar detalhes sobre a "Lenda da serpente" que vivia logo abaixo dos alicerces da igreja e aparecia de tempos em tempos para todos os que viviam na ilha.


Depois disso, quem dorme tranquilo ao ar livre?


Naquela noite contamos com a grande vantagem de estarmos dormindo em uma barraca de teto, metros acima de qualquer passeio noturno da serpente.


Nos despedimos da Bahia talvez com o cenário mais paradisíaco desta passagem do rio pelo estado: as "Dunas do Velho Chico".


Depois de um trecho extremamente esburacado no "asfalto" seguido por caminhos de terra muito confusos acessamos de carro as areias brancas desta atração na cidade de Casa Nova/BA.


E não eram somente as dunas banhadas por uma imensidão de água doce do São Francisco que impressionavam, mas também o paredão de montanhas que se avistava ao longe.



Lugar perfeito para pernoitarmos!


Avistamos toda a abundância dos pomares de manga, uva e goiaba irrigados assim como as imponentes barragens e torres de energia eólica logo que retornamos à estrada asfaltada que apontava na direção de Petrolina/PE.


Cidade grande com uma orla muito interessante. Aproveitamos a temporada por ali para trocarmos os pneus do carro e ajustarmos os nossos bagageiros que estavam precisando de manutenção.


As opções de bares e restaurantes com comida típica se multiplicaram em comparação ao que estávamos acostumados no sertão e agreste. Tratamos então de, rapidamente, encontrar as iguarias de bode e carne de sol

A partir de Delmiro Gouveia/AL, com os seus impressionantes cânions permeados por um rio já claramente transformado pela ação do homem para produção de energia elétrica, sentimos que nos aproximávamos dos últimos capítulos desta temporada pelo rio.

Ele parecia correr apressado na direção do Oceano Atlântico e nós não nos sentíamos nem um pouco preparados para tamanha correria


Ahhhh sim... ainda deu tempo de aprendermos em Piranhas/AL, e principalmente no povoado de Entremontes, sobre um mundo, até então, novo para nós: o Cangaço.


Figuras como Lampião e Corisco (o "Diabo Loiro"), os bandos, a prestação de serviço dos coiteiros, as vestimentas, inúmeras estratégias de fuga e a sobrevivência a partir de um conhecimento profundo do terreno e das plantas da caatinga nordestina ainda eram assunto para os moradores que viviam por ali.


A "Grota do Angico", onde grande parte do bando de Lampião foi encontrada e morta, não deixou esta realidade se perder.


As balas ainda estão cravadas nas rochas e o esconderijo pouco mudou naquela região onde a falta de água é rotina. Ficou ali, como um museu ao lado do rio e no meio de uma antiga fazenda tradicional do interior do Sergipe.


A foz estava a apenas um dia de distância no município de Piaçabuçu/AL. Deixamos um pouco o motorhome na margem e fomos nos despedir do "Seo Francisco" em um passeio de barco até o encontro das águas.


Toda aquela água doce que vínhamos acompanhando por quase dois meses simplesmente começou a salgar e as pedras arredondadas e folhas tão presentes nas margens do rio se transformaram em pequenas conchas no meio do rebuliço das ondas.

E foi assim que comemoramos o final deste importante ciclo em nossos caminhos pelo Brasil...



COMENTE, PERGUNTE, DÊ SUA SUGESTÃO!!! SINTA-SE À VONTADE AQUI NO "BLOG TO BE WILD"



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